Sou a Sara, tenho 16 anos e moro em Torres Vedras.
É aqui que, muitas vezes, me perco nos pensamentos, nas lágrimas e nos sorrisos. É aqui que quero partilhar as minhas tristezas, as muitas alegrias e é aqui que encontras os meus sentimentos.
a vida será sempre assim; uma montanha russa de sentimentos. um dia, estás feliz e noutro estás infeliz, mas lembra-te: a infelicidade é apenas uma questão de prefixo e o amanhã, será sempre melhor.
Boas leituras.
Segue-me ♥



Se não for hoje, um dia será… algumas coisas, por mais impossíveis e malucas que pareçam, nós sabemos, bem no fundo, que foram feitas pra um dia dar certo…
Caio F. Abreu
este amor
segunda-feira, 19 de setembro de 2011 @ 09:48

estás muito perto de mim e este sentimento começa a sentir-se potente. eu não quero, não posso continuar, já não consigo respirar. o ar é bastante pesado, nós os dois tínhamos-nos deixado levar por uma noite carente e agora, estávamos demasiado juntos, um do outro. e isso fazia com que eu sentisse medo de, alguma vez, te perder. andava estes dias calada, porque se te fosses embora, assim era mais fácil. não me dava, não te entregavas. assim, tudo era mais simples; para mim, para ti, para o meu coração, para o teu coração.
- o que se passa? - perguntaste-me
- precisamos de falar, querido. é o melhor. - e dirigi-me para o balcão da cozinha. puxaste o banco e sentaste-te mesmo à minha frente.
- então?
- então, que eu não te posso deixar mais perto de mim. não vou permitir que me magoes, me me abandones. eu não consigo dar esse amor, que tu precisas, eu não te consigo dar esse amor que tu me dás.
- o que estás a dizer? - e senti uma lágrima a escorregar. - o que estás a dizer?
- eu sou o teu fantasma. eu tenho medo, eu não te quero provocar tempestades, não te quero mandar a baixo, por não saber amar. - e começámos os dois a chorar. agarraste-me a mão e disseste:
- não continues o que estás a dizer. amor, os medos não nos levam a lado nenhum. queres te deixar vencer por medos? queres que eles sejam melhores que tu? amor, eu estou aqui a teu lado e eu, também não sei amar. ninguém sabe amar, porque o amor não tem definição. o amor, é sentido de diversas maneiras, para toda a gente. cada pessoa tem a sua definição de amor e nós também. nós não somos diferentes e ambos vamos conseguir saber amar. tu és diferente, eu sou diferente, mas isso é o que nos completa e o fruto disso, é este amor. não me abandones, por favor! ficarei contigo para sempre e só quero que fiques comigo, para sempre, também.
- tens razão, amor. prometo ficar contigo para sempre. vou ser corajosa e vencer os meus próprios medos, vou ser salvadora e o nosso amor triunfará. não te vou abandonar, nunca. é hora de dizer adeus aos medos. seguirmos juntos, neste jogo da vida. - e demos um beijo. ambos contentes pela decisão, que acabámos de tomar.
mini romance
segunda-feira, 12 de setembro de 2011 @ 20:48


ligo o som do rádio e invade-me a casa. por momentos, sento-me no sofá e pensamentos fortes aparecem na minha cabeça, mas o meu coração não consegue responder. as lágrimas saem e puxo as mãos à cara. de repente, batem à porta. ainda tinha alguma esperança que fosses tu, porque, lá no fundo, eu acreditava que ainda sentias as minhas coisas. levanto-me, puxo a saia para baixo, limpo a cara e olho-me ao espelho. vejo que tenho um botão da camisa solto e meto-o no sítio. olho-me mais uma vez ao espelho. não sei o porquê de me olhar tanto ao espelho, mas sinto que ainda não consigo sair ao mundo e era verdade, o espelho não podia mentir; estava com olheiras profundas, mas quem quer que fosse... oh, nem penso nisso agora, não quero saber o que os outros pensam, estou preocupada comigo. senti que a casa não estava preparada para receber alguém. amar dói. amar desfaz tudo o que um dia construí-mos.
- olá. quis...
- ah, és tu. - não consegui disfarçar o tamanho da minha tristeza.
- sim, sou eu. estavas à espera de alguém?
- não, só que... - estava. estava à espera de que ele mostra-se que gostava de mim, porque quando se ama não se desiste e ele desistiu. desistiu de tudo de um dia para o outro.
- ouve, querida... não fiques assim, por favor. eu não gosto de... - interrompi, já sabia o que vinha daí e disse:
- entra, aqui não estás a fazer nada. - e entrou, entrou por um lugar que nem eu própria agora conhecia; a minha casa. eu já não conhecia nada de mim, já nada era meu. pelo menos, era isso que sentia. tu já não eras meu, a tua casa já não era no meu coração, eu já não era eu. perdi tudo o que me tinha preenchido, tudo o que sentia que era realmente meu, mesmo tu dizendo que nada era de ninguém. tinha sido uma estúpida, ao acreditar nisso. enquanto me perdia nos pensamentos, tu olhavas os carros, a noite e o movimento nocturno. olhavas pela janela e sentias-te fraco, por não poderes fazer nada por mim. então, vieste na minha direcção, empurraste as molduras dele, que estavam em cima da mesa de apoio, para o chão, sentaste-te e eu vi-as a partirem-se em bocadinhos, cada um mais pequeno que o outro. atreveste-te:
- viste o que lhes aconteceu?
- como é que queiras que tenha visto? tu partiste a minha última memória! - disse irritada.
- de que te valem estas memórias? trazem-te felicidade? levam-te ao passado? acorda! as memórias foram coisas que aconteceram. por exemplo, memória será quando eu, um dia, partir e tiver que te deixar. memórias, são isso. as memórias magoam as pessoas. são lamentações, momentos passados, que tu não poderás fazer nada para que voltem acontecer. deixa-te disso! - fogo, sentia-me tão mal. como é que ele tinha razão? ele tinha razão em cada palavra que pronunciava, em cada palavra que fazia mover-lhe a boca. e eu, calada, chorava, chorava como uma criança. era nestes momentos que desejava que a minha mãe me acordasse deste pesadelo! não tive coragem de abrir os olhos, mas senti-o andar. sentou-se ao pé de mim no sofá e limpou-me as lágrimas. puxei a saia para baixo e dei-me ao trabalho de ver se estava tudo bem com o meu aspecto físico.
- tens alguma coisa que se beba, nesta casa? - perguntaste, sem hesitar.
- tenho. acho que há um frasco de champagne que o meu avô me trouxe de frança.
- está bem. vou buscar para nós. - e foi. eu sentia-me a pior companhia do mundo, sentia que ninguém merecia estar ali comigo, mas ele estava. quando regressou, trouxe mantas, porque a casa estava fria e acendeu a lareira. disse-lhe:
- obrigada.
- obrigada?
- sim. obrigada por estares aqui comigo. eu sem ti, acho que não conseguia suportar isto tudo.
- não agradeças. tu mereces isto tudo e muito mais. toma, bebe isto. - e estendeu-me um grande copo de champagne. um dos melhores champagnes, nem ele mesmo já o tinha visto. sentia-o aproximar-se de mim. estava frio, estava uma boa noite de inverno. e eu disse-lhe:
- está tanto frio!
- pois está, mas não havia mais mantas e também tens cá pouca lenha. a esta hora não posso ir ao super mercado, já deve estar fechado. - olhei para o relógio, em cima da mesa, e realmente já era tarde demais. marcava uma e meia da manhã. já estava tarde, mas isso não me importava. eu estava a gostar da companhia e amanhã era sábado, não tinha que ir trabalhar. a companhia estava a ser muito boa. dei por mim a desejar mais desta noite e tenho a certeza que não era os copos a mais de champagne. a certeza de estar agora, aqui, era muito mais do que aquela de recuperar as minhas molduras. o meu coração batia a cem à hora, tremia e tinha parado de chorar. o clima estava bastante quente. chegaste-te ao meu ouvido e disseste:
- há uma coisa que há muito te quero dizer.
- o quê? - fiquei com medo do que pudesses dizer. será que estaríamos os dois a falar do mesmo? então, agarraste-me bem e eu, deixei-me ir pelos teus braços abaixo. ficámos de pernas entrelaçadas e continuaste-me ao ouvido:
- isto é do álcool?
- o quê? isto o quê?
- este momento, querida! - adorava o facto de estarmos a sussurrar. adorava o facto de este momento estar a ser o melhor dos últimos tempos, de estar a ser nosso, de estar acontecer e não de ser uma memória.
- não. eu estou bem lúcida. e tu, é dó álcool?
- não. achas?
- não sei. - e rimo-nos como perdidos. beijaste-me como nunca, o teu toque era suave. agarraste-me e levaste-me para o quarto e assim dormimos. agarrados um ao outro, naquela noite de sexta-feira, fria. longe de sabermos que iríamos ficar juntos para o resto da nossa vida.
vida
domingo, 11 de setembro de 2011 @ 20:28

às vezes, ainda espero que o telefone toque, que tu entres por aquela porta. às vezes, ainda espero pelo teu beijo, pelo teu abraço. às vezes, agarro-me à tua almofada, na esperança que estejas ali, mas tiro rapidamente a conclusão de que não estás, porque se estivesses, fazias-me como sempre; agarravas-me, beijavas-me e ficamos assim a noite inteira. às vezes, quando acordo, espero que tenha o meu pequeno-almoço com flores lindas. às vezes, espero receber ramos lindos de gira-sóis, espero que apareças a uma hora qualquer. às vezes, espero que o teu sentimento volte e que tu tomes consciência do quanto eu gosto de ti. às vezes, precisava que só me desses um bocadinho de atenção. às vezes, queria que soubesses o quanto esta casa já não faz sentido. às vezes, só queria que me ouvisses o coração e percebesses que ele está como a nossa casa; já não faz sentido, está cansado de tanto esperar. às vezes, queria que te lembrasses que sou uma pessoa e que tenho sentimentos, que sou frágil.
às vezes, só queria que te lembrasses das nossas conversas ao telefone, que te lembrasses do quanto eu corria, para te abraçar, quando entravas em casa. às vezes, só queria que te lembrasses do sabor mágico dos nossos beijos, do toque dos nossos corpos, só queria que te lembrasses das nossas noites agarrados, que te lembrasses dos ramos de flores lindas que me mandavas.
às vezes, só queria que te lembrasses que isto não era só uma rotina. era o nosso amor.